Sinful de Charlotte Featherstone


Na Inglaterra Vitoriana, vícios de todos os tipos podem ser comprados e Matthew, o Conde de Wallingford, certifica-se de beneficiar-se de cada prazer possível. Entediado e cansado, ele é tão famoso por sua frieza, quanto por seus relacionamentos imorais com belas mulheres.

Enquanto esses numerosos flertes preenche as necessidades físicas de Matthew, eles secretamente deixam-no embotado e emocionalmente vazio. Até uma noite, quando se vê espancado, com os olhos enfaixados e aos cuidados de uma enfermeira com a voz de anjo – e um toque gentil que acalma a escuridão dentro dele e o faz ansiar por mais.

E Jane Rankin é uma humilde enfermeira, considerada tímida e sem atrativos pela maioria. Não há lugar para ela entre os lords e ladies da aristocracia – apesar do crescente desejo de Matthew pelo fogo que queima por debaixo da fachada séria. E então há o segredo de Matthew. Um segredo tão humilhante e escandaloso que poderá destruir todos a quem ele ama. Um pecado, ele teme, que nem mesmo o amor de uma boa mulher poderá apagar…

Um romance intenso, supreendente e belo! O resumo acima me atraiu e a história criada por Charlotte me encantou e me fez rir e chorar e sofrer e amar junto com Matthew e Jane.

Logo no começo do livro percebemos o quanto Matthew é sofrido! E não demoramos a perceber que ele sofreu abuso sexual na infância. Esse fato o fez ficar frio, distante, não suportar ser tocado e encarar o sexo como algo apenas físico e animal e punitivo – tanto para ele quanto para suas parceiras.

Outro diferencial é que, ao invés dos salões de bailes e debutantes, vemos a sordidez dos bordéis, dos prostíbulos e da imoralidade da nobreza que se faz de pudica e cheia de moral em público e, no privado, se joga em todo vício e prazer e perversão que o dinheiro possa comprar.

Depois de mais uma noite de bebedeira e prazeres, Matthew se vê atacado por assaltantes e é ferido na cabeça. Como estava na parte mais perigosa e pobre da cidade, acaba indo parar no Hospital Universitário de Londres, onde é cuidado por Jane.

Jane é outra personagem sofrida. Ela é filha bastarda de um aristocrata. Sua mãe era amante do safado que, depois de se casar com a mulher escolhida pela familia, jogou Jane (então com sete anos) e sua mãe na rua, sem nada. A mãe dela então se tornou prostituta. E assim Jane cresceu na miséria e no abandono, até ser recolhida por uma Lady que a educou e a transformou em dama de companhia.

Lady Blackwood também não é uma mulher qualquer. Depois de cansar de apanhar do marido, ela pede o divórcio e vai morar sozinha. Pária na sociedade, ela incute em Jane o desejo de aprender a se manter sozinha, sem depender da ajuda de homem algum. Jane a ama como a uma mãe e faz tudo por ela, inclusive trabalhar de enfermeira no Hospital Universitário, como forma de pagar as dívidas médicas da velha senhora.

Jane e Matthew são tão diferentes quanto a noite do dia! Ele belo, frio, com língua ferina. Ela, sem atrativos físicos, amorosa e tímida. Mas os dois vem de um passado sofrido, torturado. O encontro de almas é lindo, mas para os dois se aceitarem e se entenderem vai um bom tempo. Há muita dor e desconfiança e orgulho e segredos entre eles e isso faz com que a descoberta e entrega ao que realmente sentem um pelo outro seja um processo muito difícil e sofrido.

Sem dar muitos spoilers não posso deixar de comentar que Jane – o patinho feio – não muda fisicamente. Ela continua a usar óculos, com suas sardas, suas roupas simples e sem enfeites. Mas Matthew vai aprendendo a considerá-la linda e a vê-la cada vez mais encantadora. E Jane vai conseguindo descobrir que “seu” Matthew vive escondido e amedrontado dentro do devasso Wallingford.

E nós, leitores, vamos vendo a maestria de Charlotte ao conseguir nos mostrar as menores nuances dos sentimentos dos personagens e nos surpreender com uma trama pouco comum e com muitas reviravoltas. O final foi mesmo uma surpresa – estava louca para ver como ela ia fazer para resolver as situações que criou e, apesar de não ser bem o que eu esperava, foi o mais certo para os personagens e trama e época. E não posso negar que foi muito bom!

E, para agradar seus leitores, ela ainda disponibilizou um epílogo de 25 páginas no site dela – um verdadeiro deleite.

7 comentários:

aurelia disse...

Puxa vida Regina, fico roendo as unhas com suas resenhas.Que invejinha...(boa tá)fazer o que se não leio em inglês?
Bjs.

Sweet-Lemmon disse...

Sabe, tenho sentimentos contraditórios quanto ao livro- se de um lado a escrita é muito boa (isso não há como negar) achei a estória um tanto qto forçada (o fato é que *eu* estou um pouco cansada dessas estórias de 'veja como sofri' Mas, honestamente,se não fosse pelo epilogo este livro estaria na lista dos *não gostei*.O epilogo salva todo o livro,a meu ver.

erikaklerk disse...

Esse livro já foi publicado no Brasil? Qual a editora??

Anônimo disse...

Por favor onde acho esse livro em português?onde compro?
patipcarvalho@ig.com.br
Bjsss

Jeanne Rodrigues disse...

Rê,

Mais um pra lista !!!

Adorei a resenha e assim que for publicado por aqui irei comprar !!! (esperança é a ultima que morre!)

Bjos,

Vivi disse...

Hmmm...O homem da capa é uma coisa! E a comichão para ler o livro que me deu agora? Culpa sua, Rê!

Beijos

dicas de livros renilda disse...

eu li ,e é umas das historias mais maravilhosas que eu já li .eu gosto de outras autoras como Lora Eigh,Candance Camp eu ja li quase todos os livros delas e muitos outros autores mais não conhecia Charlotte e fiquei inprecionada da vontade de chorarmuitas vezes. leia você não se arrependera!!!

Postar um comentário

Muito legal ter você aqui no nosso Chá das Cinco!
Quer deixar um recadinho, comentário, sugestão?
Faça valer a sua opinião! Seja educado(a). Gentileza aqui sempre tem vez. Portanto, mensagens ofensivas não serão publicadas.

 
UM LIVRO NO CHÁ DAS CINCO © 2010 | Designed by Chica Blogger. Personalized by Lili and Medéia| Back to top