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Tema: Adaptação para o cinema
Mês: Julho/210
Título: Bom dia, tristeza
Autor do livro: Françoise Sagan
Editora: Bestbolso
Nº de páginas: 108
O livro é sobre...
De inicio vale mencionar a ilustração da capa dessa edição. Como ela bem se encarrega de valorizar o título da obra! Não lhe parece? Repare só na lágrima que escorre do olho da moça. Parece anunciar uma história carregada de tintas melancólicas. Mas que história é essa cujo tema proposto, logo de cara, não nos promete um acontecimento feliz? Maior audácia que a de Sagan ao brandir o desencanto aos quatro ventos, é a do leitor que rendido pela curiosidade, se deixar aproximar de um texto que, a primeira vista, é desesperançoso. No meu caso, a curiosidade cedeu lugar ao fascínio e interesse sem pudor de entender as motivações de Cécile.
Cécile, a narradora da história, é apenas uma menina de dezessete anos. Durante as férias de verão na Riviera Francesa ao lado de seu pai, Raymond e Elsa, a amante da vez, Cécile quer somente se divertir. Algum pecado nisso? Nos primeiros dias, tudo é festa. Passeios na praia durante dia e jogatinas à noite. Até um namorico de verão Cécile arranja como forma de fazer com que a atmosfera volúvel de passatempo perdure. Pouco apegado às conveniências, o comportamento do pai, filha e amante (essa mais para prostituta de luxo) não é o que se pode chamar de exemplar. Antes que se pense ser essa somente uma impressão de leitora, digo que a própria Cécile chega a imaginar como ideal para si uma vida de baixezas e torpezas. Então tá.
Até que chega o sexto dia e com ele a iminência da chegada de um novo personagem que muda a história de figura. Entra em cena Anne, um contraponto à existência mundana vivida até então pelos três. E aí está instalado o conflito porque Anne, só elegância e distinção, veio pra ficar. E mais do que depressa bota Elsa, a Penelope Charmosa, pra correr. Mas, não pára por aí, não. A soberania de espírito e presença de Anne na vida de Cécile é tamanha que a jovem ao mesmo tempo em que a abomina parece venerá-la. E Cécile se ressente dessa admiração porque no fundo, no fundo, ela sabe que a desaprovação de Anne de seu modo de vida leviano e superficial se justifica. Interessante acompanhar a rivalidade entre ambas se desenvolvendo. E o desfecho? Bem, caberia bem em um final de novela.
Até que chega o sexto dia e com ele a iminência da chegada de um novo personagem que muda a história de figura. Entra em cena Anne, um contraponto à existência mundana vivida até então pelos três. E aí está instalado o conflito porque Anne, só elegância e distinção, veio pra ficar. E mais do que depressa bota Elsa, a Penelope Charmosa, pra correr. Mas, não pára por aí, não. A soberania de espírito e presença de Anne na vida de Cécile é tamanha que a jovem ao mesmo tempo em que a abomina parece venerá-la. E Cécile se ressente dessa admiração porque no fundo, no fundo, ela sabe que a desaprovação de Anne de seu modo de vida leviano e superficial se justifica. Interessante acompanhar a rivalidade entre ambas se desenvolvendo. E o desfecho? Bem, caberia bem em um final de novela.
O romance foi levado ao cinema em 1958. Cécile foi interpretada por Jean Seberg, Debora Kerr foi a Anne e o pai, David Niven. Tá bom de tamanho, né?
Eu escolhi este livro porque...
Estava perdido em meio aos livros de minha estante e se encaixou bem na proposta do desafio corrente. Bem, o resultado é esse: leitura desencalhada.
A leitura foi...
A leitura foi...
fluida, indolor, calma e tranquila. O livro é tão fino que a leitura dá-se naquele tempinho de passar um cafezinho e tomá-lo. Não foi uma leitura que me fez borbulhar de êxtase. Mesmo porque a trama é simples. A história não contém um entremeado de tramas, acontecimentos, mistérios e segredos. Sim, a obra apresenta pouco desses ingredientes. Mas a riqueza com que os personagens são desenvolvidos compensa essa ausência. Percebe-se que o cerne da escrita de Sagan é investigar os cantinhos mais escondidos da alma humana. Vale ressaltar que é preciso perceber a obra dentro do contexto histórico em que foi escrita. Caso contrário, pode-se pensar que o livro é ridiculamente sentimental. Não, minha intenção não é a de incentivar (mais uma vez!) a propagação do clichê “Clássico francês, clássico existencialista, e afins”. Porém, tendo sido o livro escrito em 1954, não se pode ignorar o panorama de uma Europa pós-guerra onde se instaurou um sentido de derrota e melancolia em todo continente. Isso refletiu bastante na cultura existencialista da época de modo que a literatura de Sagan capturou esse espírito de incerteza e morbidade da vida existente naquele período. Por fim, considero genial uma jovem de dezenove anos ter escrito uma história como essa e, de quebra, ter alcançado grande êxito mundial.
È 4/5!
8 comentários:
PARECE INTERESSANTE!
Adorei vc falar que é uma leitura de fazer tomando um café, kkk
beijos!
Saudades Vivi...
Não conhecia nem o filme nem o livro...
Uma leitura calma e tranquila é o que as vezes a gente precisa...
Parece um livro bem interessante!
Oi, eu sou a Mar, do blog Sonhare, gostaria de saber se aceita parceria...
Vivi,
Apresentando autores desconhecidos pra alguma de nós...
Não assisti o filme.
Parabens pela ótima resenha,como sempre!
Bjos,
Jê
Leninha, amore, saudades também. Aguarde um telefonema meu, hein? Quero saber das novidades!
Beli, esse livro foi uma surpresa boa para mim. Espero que goste.
Jê, querida, agradeço o apoio. Agora as coisas parecem se normalizar em minha vida. Assim que pegar o embalo de leituras e blogagens, ninguém me segura...rs
Beijocas
Parece ser um daqueles livros que, apesar de não ter nada de excepcional, tem uma história que preenche a alma!
Gostei da dica :)
Vivi,
estava morrendo de saudades de um post seu. Eu os adoro!
E, sendo Vivi, não poderia ser qualquer adaptação para o cine não. Tinha que ser um dos idos de mil novecentos e bolinhas. Amei.
bjs
Driza
Vivi, que coragem! A leitura que já promete ser triste é desafiante. Parabéns pelo post.
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