Quase Santo – Anne Tyler

quase santo capa Sinopse: Em 1965, a família Bedloe leva uma vida tranqüila e serena em Baltimore. No entanto, um evento trágico e inesperado vai mudar para sempre a vida da família - especialmente o caçula Ian, de 17 anos, que se sente responsável pela morte 'acidental' do irmão mais velho.

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Se tem uma coisa de que não gosto é de sinopse (ou orelha) de livro que revele fatos cruciais da história. Eu nem tenho o hábito de ler antes esses resumos justamente para não estragar algumas surpresas da trama. Geralmente escolho um livro pelo título, autor ou autora ou, mais habitualmente, seguindo dicas.

Mas, sabe aquela mania de dar rostos (às vezes conhecidos) para os personagens dos livros? Então, eu geralmente designo a aparência mais bonita para o personagem (leia-se mocinho) principal da história. Bem, nesse livro, quando iniciei a leitura, havia mais de um “notável” e fiquei na dúvida de qual deles seria o personagem principal. Por isso dei uma zapeada na orelha do livro para tirar a minha dúvida e, infelizmente, esta entregava um fato importante da história, daquelas que com certeza eu diria: ah, não! Por que foi acontecer isso?

Aí a leitura já perdeu metade da graça... Porém, graças à habilidade de Anne Tyler – autora que adoro – a história foi muito agradável.

Quase Santo é um drama, hãm, como posso dizer, talvez meio poético por conta de sua delicadeza e sensibilidade. Pode ser que apenas eu, enquanto leitora, tenha sentido isso, mas é a impressão que ficou do livro para mim.

A família Bedloe é daquelas que a gente gostaria de ter como vizinhos. Ian, com um coração daquele tamanho, faz a gente querer que fosse parente. Ele é a bondade em pessoa. Nem sempre foi assim, claro! Afinal ele já foi um adolescente cheio de hormônios e que pensava muito em si mesmo, mas teve que mudar. É essa mudança de vida que conduz a história.

O livro também trata um pouco de religião, mas de um jeito diferente. De forma alguma tenta impor orações ou santidades na leitura. Deus, inclusive, aparece de uma forma bem canhestra no livro, quase desconfortável. Anne Tyler criou para essa história a crença Segunda Chance, e ela prega que se você errou, pode se redimir. Como? Praticando boas ações.

Voltando a Ian Bedloe: é ele o quase santo do título. Chega a se passar por bobo fazendo surgir uma porção de sentimentos com relação a ele. Pena, paixão, consideração, raiva, surpresa, alegria...

Enfim, achei a história abarrotada de emoções. Não me atrevo a recomendar, não tenho certeza se é para o gosto de todo mundo. Mas com certeza foi para o meu.

10 comentários:

lili disse...

Oi Driza, gostei muito do seu comentário e sinceridade. Acho que ele não faz muito o meu gênero. Mas, fica anotada a sugestão.

AH, esse negócio de colocarem detalhes primordiais do livro na orelha, realmente não está com nada!
Já aconteceu isso comigo na livraria, quis saber mais para ver se realmente comprava o livro e acabei deixando!
Muita ingenuidade das editoras, eles perdem com isso =/

Beijossss
Lili

Driza disse...

Oi Lili,
estamos falando por nós mesmas, mas não podemos esquecer daqueles leitores que adoram saber antes o que se passa na história, como já é sabido, tem muitos inclusive que leem o final antes de sequer iniciar o livro. Vai entender, tem público pra tudo quanto é jeito....
bjs

Driza

José M. M. Santos disse...

Já li alguns livros dessa autora e gostei bastante.
Acho que esse ainda não foi editado por cá!

Vivi disse...

hmmm...Driza, você e os notáveis me atiçaram. Com certeza vai para minha lista de desejos. Beijos

Aline disse...

Ai, eu sou daquelas que leem o final... A Driza sabe porque ela me recomendo que não podia ler de jeito nenhum nos livros do Guillaume...

Será que o final desse aguçaria a minha curiosidade pelo começo? Acredito que sim, só por ler os comentários da Driza!

BJS

Driza disse...

Oi José
Esse livro não é novo. É um relançamento por aqui. A primeira vez saiu em 1992 pela Companhia das Letras. De repente saiu por aí sim, mas talvez já esteja fora do mercado.

bjs e obrigada pela visita

Driza

Driza disse...

Oi Vivi, oi Aline,
pela que conheço de minhas amigas, acho que a vc, Vivi, gostaria do livro por sua linguagem. Mas vc, Aline, não. Tenho quase certeza que não faz o seu estilo... rsss, acho que compliquei tudo...

bjs as duas

Driza

Jeanne Rodrigues disse...

Driza,

Eu adoro as orelhas...risos...
Mas nao leio o final do livro...
E, muitas vezes, compro pela orelha..
Inclusive em alguns dos meus resumos coloco a orelha como sinopse...
Mas acho que esse livro num é pra mim, não...

Bjos,

Pandora disse...

Anne devia ser para o gosto de todo mundo, mas nem sempre é... Talvez pelo tom psicológico da narrativa, bem o que li dela era assim, não sei se nesse livro ela também imprime esse estilo.

Mas isso nem sempre agrada, de toda forma eu fico sempre muito feliz quando encontro algo sobre ela nos blogs, curtir a resenha, claro!!!

Unknown disse...

Estou lendo e gostando bastante!!

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