A fêmea da espécie de Joyce Carol Oates

Escrevo esse post com cara de ué.  Esse livro me causou muita estranheza. De início porque eu não tenho costume de ler histórias que falem de um mundo tenebroso.   Fazer o quê?  O que não faço é seguir a linha blasé-cult 100%.  Existem coisas que me chocam e, por isso,  não vou dar uma de cult bacaninha, não.

Porém, contudo, todavia…eis minha opinião sobre o livro:
O livro traz nove contos que ilustram o sombrio que existe no mais íntimo do chamado sexo frágil: a fêmea da espécie. Não há exceção. Desde uma menina de seis anos até as mais vividas, todas levam também consigo, nas mais profundas camadas de seu ser,  a escuridão e o mal.  Temos ali uma galeria de mulheres frágeis, até mesmo um tanto ingênuas em estado de surto psicótico apelando para o “olha a faca”. Temos a mulher, a nata da inteligência, que mata por acreditar ser  essa a única solução para a sua vidinha insossa; a menininha que sobe no teto da casa, e lá nas alturas morbidamente quer chamar a atenção. Que lambança! O pior é que ela não vai só, lambança sozinha não tem graça. Imagine quem ela leva?  Será que eu conto?

E o que dizer daquela pré-adolescente com cara de boneca, uma espécie de Lolita Malvadeza? Ai daquele que cruzar o seu caminho!  Essa também gosta de crueldade acompanhada. Imagine quem a acompanha quando a sua fúria, encoberta por olhar tão doce, vem à tona?  E a desperate Housewife , fome de sexo e paixão, quando fica obcecada com um carinha que ela viu na praia?
Vou parar por aqui…mas, o interessante é que todas as mulheres do livro são comuns, aparentemente pacatas, mas desgostosas com a vida que levam. Por serem tradicionalmente reprimidas, vem a revolta, bastando ser esse o aval para praticarem a mesma brutalidade que aos homens é hipocritamente justificada.  Sim, em se tratando de contos de mistério, é de fato uma premissa inteligente. O que incomoda é a maneira superficial com que autora conduz a ação e o destino dessas mulheres revelando um olhar odioso e difamatório acerca do mulherio.  A sensação que dá é a de que autora escreve sobre pessoas que ela despreza e de quem não tem a menor consideração. E por isso, tudo soa estúpido.


Para mim o que há são a fealdade e a maldade na forma de violência gratuita. A autora não se preocupa em desenovelar as motivações. As histórias são inexpressivas,  um ou outro conto chama à atenção em alguns momentos, porém não a ponto de se tornarem marcantes. Infelizmente, a autora, por seu reconhecimento mundial, não entregou o melhor de sua competência nessa obra. Agora, sim: vou parar por aqui.
Fui.
Mas volto.

5 comentários:

BeliM disse...

Livro estranho mesmo, desde a capa!!! kkk
Não leio livros com contos, e quando leio gosto de boas história... Esse não parece muito bom não!

Catherine disse...

http://chovemlivros.blogspot.com/

passa por lá! ;)

Catherine

karyne disse...

Oi Vivi minha anja sumida. Não foi dessa vez que vc deu show ne?kkkkk

bjs

saudades

Vivi disse...

Hahhahuuuuaá! Karyne, só você!...rsrs
Fazer o quê, né? Nois sofre, má nóis goza...rs

Beijocas, linda!

Jeanne Rodrigues disse...

Vivi,

Estranho mesmo heim?

Uma pena!

Que venham livros melhores !

Bjos,

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