O ALBATROZ AZUL de João Ubaldo Ribeiro

O albatroz azul é a história de um homem muito velho que, apesar de detentor da sabedoria trazida por todos os seus anos de existência, ainda busca apreender algum sentido na vida, ainda se defronta com os mesmos enigmas silenciosos cuja decifração sempre nos escapou. Tertuliano, o protagonista, sabe que sua morte está próxima e a encara com a mesma serenidade com que vê qualquer outro acontecimento natural. Chega mesmo a ansiar por ela, como um momento de justiça, recompensa pelos males sofridos e, de certa forma, renascimento. O que lhe acontece é revelado no final, mas talvez nem mesmo essa revelação dissipe os mistérios e talvez seja isto que o final queira dizer: nem a vida nem a morte têm explicação ou, se têm, jamais estará a nosso alcance conhecê-la.

O livro se passa no início do século XX, na Ilha de Itaparica e conta a história de Tertuliano, um senhor muito velho, que teve muitos filhos e filhas com diferentes mulheres, e esses filhos lhe deram tantos netos que às vezes ele não consegue se lembrar de todos.

A história narra a obsessão de Tertualiano com o futuro nascimento de seu neto Raymundo Pena forte, nome dado pelo futuro avô, que acredita que Belinha sua querida filha, que somente teve filhas “mulheres”, gerará um filho “homem”. Este é o ponto de partida para Tertuliano rever o seu passado em sua memória, já que todos os anos ele preenchia um caderno com os acontecimentos de sua vida, mas, quando o caderno estava cheio, era meticulosamente rasgado por ele.

Gostei do livro, pois trata de temas universais: vida e morte. Tertuliano sabia que sua morte estava próxima, e o encantamento com o nascimento do neto, lhe deu oportunidade para buscar apreender o sentido da vida. E com isso encarar a morte com serenidade Um livro comovente!

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