Olá, pessoal!
Cá estou eu de volta para falar das minhas viagens literárias. A viagem da vez foi na companhia de Sem destino de Bruna Longobucco. Se você aprecia tramas de amor com um final feliz, sua leitura é um prazer garantido. Mas acrescento: não a projete em torno do previsível, a história nada tem do universo cor-de-rosa onde a vida acontece sem conflitos. Não espere encontrar em suas páginas uma heroína casadoira cujo único objetivo é dar de cara com a felicidade personificada no homem de sua vida.
A trama centra-se em Helena (Leninha para os íntimos). Uma linda jovem facilmente categorizada no quadrado das beldades cuja vida privilegiada seria digna de figurar na capa de uma Caras. No entanto, a despeito dos rótulos, o que história nos mostra é uma Leninha infeliz e manipuladora até a medula e com o plus de se fazer de coitadinha.
Em boa parte da leitura fiz côro junto com os personagens e reprovei a sua postura de vítima e as suas atitudes inconseqüentes. Leninha não é fácil! Mentiu até para reconquistar o seu amigo de infância, Tiago.
Mas Leninha também era do tamanho do que via: pequena e reles. Uma incompreendida transitando entre as lembranças da época em que foi feliz e a esperança de uma vida nova. Leninha não era um pretexto fora de um contexto. O que me levou a pensar que por detrás de sua empáfia, havia de ter algo que, se não justificasse sua revolta, ao menos pudesse explicá-la. E havia muita coisa para considerar: um pai mau caráter, o abandono afetivo, a falta da mãe, coisas não resolvidas de seu passado e tantas outras fontes geradoras de culpa.
Ufa! Com esse saldo negativo, há que se dar um desconto para a moça. Pois, então! Abandonei meu papel de leitora com o dedo em riste e deixei Leninha ser. Mesmo porque ela é, como tantos outros personagens da literatura, uma habitante da galeria dos espelhos, ou seja, revela muito do que somos. E foi aí que passei a cumpliciar cada uma das suas pisadas de bola. E dava um dó quando a via disposta a mudar e a resposta que obtinha era quase sempre o descrédito das pessoas que amava.
E por falar nas pessoas que amava, que relação de gato e rato é a de Leninha e Tiago! Os dois sempre na defensiva esperando o ataque de uma das partes como se estivessem em um ringue. Tudo muito reativo quando o que se precisava era de um indício mínimo de maturidade para estabelecer as bases da conciliação. Entre eles, porém, havia mágoas do passado sendo preciso muito amor para superá-las.
Em determinado trecho do livro deparei-me com uma citação de Shakespeare que faço questão de apresentar aqui: “Tem mais do que mostra, tem menos do que sabes”. Essa frase é a Leninha. Essa frase sou eu. E a partir daí, a leitura trouxe novos significados para mim. Dentre eles, o sentido da palavra destino. Não raro ouvimos a suposição de que o destino é implacável e que ninguém pode escapar de suas mãos. Sem destino de Bruna Longobucco está aí para mostrar que tudo de bom ou ruim que acontece em nossa vida tem ligação com as escolhas que fazemos. A escolha é a liberdade de se pensar e tecer o nosso destino. E o resto é a lei do retorno. Isaac Newton já disse algo sobre isso.
E é assim que, com sua escrita leve e delicada, Bruna Longobucco parte do simples para alcançar o profundo.
Momento destaque: Como a trama se passa em sua maior parte no interior de Minas Gerais, vai aí o meu aplauso para o gostoso sotaque mineiro e para a sua rica tradição.
Aproveito esse espaço para agradecer a Bruna Longobucco que, tão gentilmente, me ofertou esse exemplar juntamente com outro livro: Além das nuvens.
Além das Nuvens apresenta uma compilação de parábolas que nos faz retornar ao lugar das coisas básicas da vida. Como adoro ler parábola com direito a banquinho, voz e platéia, nem preciso dizer o quanto recomendo.
Para conhecer Bruna Longobucco clique em Bela Tília.
A trama centra-se em Helena (Leninha para os íntimos). Uma linda jovem facilmente categorizada no quadrado das beldades cuja vida privilegiada seria digna de figurar na capa de uma Caras. No entanto, a despeito dos rótulos, o que história nos mostra é uma Leninha infeliz e manipuladora até a medula e com o plus de se fazer de coitadinha.
Em boa parte da leitura fiz côro junto com os personagens e reprovei a sua postura de vítima e as suas atitudes inconseqüentes. Leninha não é fácil! Mentiu até para reconquistar o seu amigo de infância, Tiago.
Mas Leninha também era do tamanho do que via: pequena e reles. Uma incompreendida transitando entre as lembranças da época em que foi feliz e a esperança de uma vida nova. Leninha não era um pretexto fora de um contexto. O que me levou a pensar que por detrás de sua empáfia, havia de ter algo que, se não justificasse sua revolta, ao menos pudesse explicá-la. E havia muita coisa para considerar: um pai mau caráter, o abandono afetivo, a falta da mãe, coisas não resolvidas de seu passado e tantas outras fontes geradoras de culpa.
Ufa! Com esse saldo negativo, há que se dar um desconto para a moça. Pois, então! Abandonei meu papel de leitora com o dedo em riste e deixei Leninha ser. Mesmo porque ela é, como tantos outros personagens da literatura, uma habitante da galeria dos espelhos, ou seja, revela muito do que somos. E foi aí que passei a cumpliciar cada uma das suas pisadas de bola. E dava um dó quando a via disposta a mudar e a resposta que obtinha era quase sempre o descrédito das pessoas que amava.
E por falar nas pessoas que amava, que relação de gato e rato é a de Leninha e Tiago! Os dois sempre na defensiva esperando o ataque de uma das partes como se estivessem em um ringue. Tudo muito reativo quando o que se precisava era de um indício mínimo de maturidade para estabelecer as bases da conciliação. Entre eles, porém, havia mágoas do passado sendo preciso muito amor para superá-las.
Em determinado trecho do livro deparei-me com uma citação de Shakespeare que faço questão de apresentar aqui: “Tem mais do que mostra, tem menos do que sabes”. Essa frase é a Leninha. Essa frase sou eu. E a partir daí, a leitura trouxe novos significados para mim. Dentre eles, o sentido da palavra destino. Não raro ouvimos a suposição de que o destino é implacável e que ninguém pode escapar de suas mãos. Sem destino de Bruna Longobucco está aí para mostrar que tudo de bom ou ruim que acontece em nossa vida tem ligação com as escolhas que fazemos. A escolha é a liberdade de se pensar e tecer o nosso destino. E o resto é a lei do retorno. Isaac Newton já disse algo sobre isso.
E é assim que, com sua escrita leve e delicada, Bruna Longobucco parte do simples para alcançar o profundo.
Momento destaque: Como a trama se passa em sua maior parte no interior de Minas Gerais, vai aí o meu aplauso para o gostoso sotaque mineiro e para a sua rica tradição.
Aproveito esse espaço para agradecer a Bruna Longobucco que, tão gentilmente, me ofertou esse exemplar juntamente com outro livro: Além das nuvens.
Além das Nuvens apresenta uma compilação de parábolas que nos faz retornar ao lugar das coisas básicas da vida. Como adoro ler parábola com direito a banquinho, voz e platéia, nem preciso dizer o quanto recomendo.
Para conhecer Bruna Longobucco clique em Bela Tília.
8 comentários:
Vivi!
Pelo comentário maravilhoso o livro parece intrigante, daqueles que deixam no leitor algo mais do que o prazer da leitura.
Algo similar ao que você disse, Chaplin dizia, "você é o reflexo de suas escolhas"...eu concordo com ele, e procuro escolher com muita atenção!
Mais um pra lista de desejos!
Bj!
Oi Vivi,
Utimamente tenho lido de novo bastante sobre livros de escritores brasileiros que nos prendem. Um exemplo parece ser esse livro. Fiquei curiosa para ler!
Beijo
Oi, tudo bem? Acho que já comentei nesse post do seu outro blog... bjs e muito prazer ;*
Deixei um selinho pra vc!
VÊ lá!
Oi Vivi,
aplausos!!!
Para vc, pelo post e para a autora que conquistou.
bjs
Driza
Vivi,
Autora brasileira?
Só tem safra boa, agora.
Colocando na lista.
Bjos,
Jê
Oi, Vivi,
Gosto muito dessas histórias que se aproximam da vida real, com pessoas um tantinho imperfeitas, que precisam amadurecer.
Ótima dica e ótimo post!
BJS
Huuuuum, Leninha para os íntimos! rsrs
"Mas Leninha também era do tamanho do que via: pequena e reles." <como assim?? Depois que li isso e mais...Claro, já não vi com bons olhos essa Lena. Não li o livro, mas não vamos ficra já do contra né?! rsrs
Bjs
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