
A Índia está na moda. Mas, não foi por isso que comprei o livro. Investi acreditando ser um livro romântico, de sonhar e suspirar. Ledo engano. Apesar de ter sido eleito romance do ano de 2008 no Reino Unido, a obra é romance no sentido de ser uma história de ficcção, porque a história de amor, aqui, é muito sutil.
Viva Holloway é a acompanhante de três jovens numa viagem à Índia. A própria Viva é muito jovem, mas mente a idade para conseguir o encargo de dama de companhia, e assim ela mesma pode viajar com as despesas pagas. Ela quer retornar à India de sua infância para resgatar pertences de seus pais falecidos e desvendar a sua morte. Personagem mais amadurecida, calada, e introvertida, Viva é fleumática e tem o dom de passar pelos acontecimentos sem ser influenciada. Vive escondida em si mesma, e não quer se envolver com a realidade. Sua história é repleta dos elementos indianos cotidianos, ela sofre bastante, mas tem uma linda recompensa.
Rose é o motivo da viagem, ela vai se casar com um oficial que está na Índia. Precisa chegar no país a tempo de providenciar seu casamento e também para conhecer mais de seu futuro marido, já que só se viram poucas vezes e comunicam-se por cartas. Rose é a personagem mais cativante para mim, amadurece muito rápido, pois seu casamento não tem nada dos seus sonhos românticos, e vai ser complicado para ela lidar com a solidão e a desilusão.
Victória, a popular Tor, é a mais extrovertida, alegre, e despudorada das garotas. Cheia de idéias, ela parte com sua amiga Rose para ser sua dama de honra no casamento, e depois retornar. Mas, seus planos são outros, ela quer arrumar um marido na India. Como é um patinho feio na Inglaterra, constantemente ridicularizada por sua mãe, Victoria acredita que a viagem resolverá todos os seus problemas de relacionamento. Durante a leitura, as invencionices de Victoria, o seu estilo impulsivo e escandaloso rendem bons momentos.
Há ainda o terceiro jovem, Guy. Um garoto que Viva deve entregar aos pais na Índia. Só que Guy é doente, tem esquizofrenia. Sua doença é motivo de problemas para Viva, e logo ela percebe que todo o dinheiro da família do garoto não poderá ressarcí-la dos danos que ele vai provocar. Guy é um adolescente mórbido e encrenqueiro, que aproveita-se de sua condição para chocar as pessoas e conseguir vantagens.
A narrativa do livro é bem movimentada. A ação situa-se em vários locais diferentes, no navio e em diversas cidades indianas. Profícuo em reviravoltas, o livro é surpreendentemente rico ao descrever os costumes daquele país e as dificuldades dos estrangeiros em adaptarem-se à realidade tão distinta. Recomendo para quem gosta de ficção atrelada à realidade histórica, sem esperar muitas passagens românticas.
5 comentários:
Puxa Aline, lendo a sinopse eu também fiquei com a impressão de que se tratava um romance histórico, (no sentido mais suspirante do termo) rs...
Mas mesmo não sendo, me pareceu interessante, e a capa é linda.
Se quiseres um romance tipo história de amor, que se passe na Índia, me recomendaram Paixão Índia, comprei numa promoção de 9,90 do Submarino e está quase no topo da minha pilha, o que significa que ainda não li, mas tanta gente já me recomendou bem o livro que não pode ser ruim...
Dani
Oi, Dani,
O livro é interessante sim. Essa parte da história mundial não é muito abordada com o realismo necessário. Esse livro faz isso, desmistifica o romântico para descrever o real.
A capa é um linda mesmo. Aliás, o livro todo tem um tratamento bonito, com as folhas amarelinhas e grossinhas.
BJS
Oi Aline,
Obrigada pelo esclarecimento, esse tipo de livro não é a minha praia. Não irei lê-lo.
bjs
Driza
Aline,
So vim a gostar da India por conta da novela, leia Maya e Raj.
Pelo seu resumo acho que nao me agradarei dessa leitura.
É uma pena, mas o folhetim da Gloria Perez me deixou bem mais animada...
Bjos,
Jê
Eu me interessei, Aline! Deve uma imersão cultural com os requintes ficcionais que um bom livro deve proporcionar. Valeu a dica!
Bjs
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