A Cidade dos Bebês - Jane Green

"Alice não achou muito fora do normal ouvir o Coelho dizer para si mesmo: "Oh! Eu devo estar muito atrasado!" Mas quando o Coelho tirou um relógio do bolso do colete, um único pensamento passou pela cabeça de Alice: "Oh! Eu devo estar muito atrasada!!"
E fora do País das Maravilhas, muitas outras Alices, Júlias, Maeves e Samanthas surtam por aí com um único e apavorante pensamento: "Socorro! Meus óvulos estão datando!" Toda mulher que já passou dos 30 sabe o que é isso. Lemos pesquisas sobre engravidar na idade madura. Fazemos contas ridículas do tempo que ainda temos. Colecionamos exemplos de fulanas que só foram ter os seus filhos aos 37. Lembramos da Madonna.

No fundo, sempre há uma certa procura por um príncipe encantado, que chegará num cavalo branco e dirá: "Olá, vamos ter um bebê!" Mas não somos bobas: também temos planos B.C.D.. Adoção, filhos com camaradas gay, aquele melhor amigo hétero com o qual nem precisaríamos fazer inseminação artificial. Sentimos culpa. Sentimos mais culpa ainda quando pensamos na possibilidade de não sermos mães. (E das nossas mães não serem avós. Culpa!) Pensamos naquele nosso "ex" com quem poderíamos ter tido 7 filhos que se agarrariam na barra da nossa saia. Sim, ele era um idiota cheio de espermatozóides. Sentimos medo. Esquecemos até de regar nossas plantas, como poderíamos ter um bebê? E as baladas? Como vamos perder todas baladas da nossa vida selvagem?

"A cidade dos bebês - Os relógios biológicos de Júlia, Maeve e Samantha" não responde essas perguntas. Mas depois de ler este livro, você certamente se achará mais normal. Menos culpada. Porque você é meio assim, que nem elas. Júlia já passa noites escolhendo nomes de crianças. Tem um pouco de ciúmes de suas "amigas com bebês". E o medo de engordar? E a tal da depressão pós-parto? E aquele pânico da Samantha de ter que tomar conta de seu baby, sozinha, porque o casamento começa a desandar justamente por causa dele? Mas se você quer as respostas para o declínio das baladas selvagens, estamos falando de Maeve. Porque foi em uma daquelas noites de sexo casual que... surpresa!!! Depois de ler esse livro, provavelmente você vai continuar cheia de dúvidas, surtos, planos e horários de trabalho incompatíveis com a maternidade. Sim, você é descontrolada. Mas todas somos."

Júlia, Maeve e Samantha têm pouco mais de 30 anos. Uma idade em que os relógios biológicos das mulheres indicam algo muito importante: está na hora de ter filhos. As três, porém, possuem opiniões muito diferentes sobre o assunto.

Júlia tenta desesperadamente engravidar, mas não consegue. O que destrói seu relacionamento com Mark, e destrói também sua carreira. A obsessão dela é tanta que ela nem liga mais para o namorado, aliás, ela nem perguntou se ele queria ter filhos, simplesmente, está tentando sem sucesso. O chefe, sem ter o que fazer, manda Júlia tirar uma licença e repensar a vida.
Maeve não quer saber de bebês, mas engravida depois de uma transa casual, com um parceiro surpreendente! Focada na carreira, ela encara a dúvida de aceitar essa nova família que está se formando. Depois de viver muito tempo pensando em trabalho, ela vai entrar num mundo totalmente oposto ao que sonhou para si mesma.
Samantha, grávida de seu marido, parece ser a mais feliz. Consciente de seu poder de sedução, ela está vivendo uma fase glamourosa. Mas, logo que o bebê nasce, o casamento muda. E as crises aparecem.
O livro é um chicklit leve, as mulheres são mostradas em capítulos separados, mas logo umas se embrenham na narrativa das outras. Adorei vivenciar as várias possibilidades da maternidade no livro. Na maior parte do tempo, as situações são engraçadas, e as mulheres são bem próximas de nós. Sem comprometer-se em dar conselhos, o livro faz pensar. As mulheres, mesmo diferentes, são muito parecidas, e a maternidade mexe com todas elas.

5 comentários:

Vivi disse...

Gosto de temáticas leves e bem humoradas apesar da minha prevenção a chick-lit. Mas, sei que muito livro bom deixa de ser lido por conta desses rótulos. Valeu por comentá-lo aqui.

Jeanne Rodrigues disse...

Aline,

Parece ser bem legal.
Os 30 anos parece ser a idade divisora de águas...

Bem interessante.

Bjos

Anônimo disse...

Aline,
Li este livro já tem um tempo, acho que logo depois do lançamento. É legal, mas como não tenho filhos e nem tenho esta perspectiva não me identifiquei muito... Mesmo assim a autora é sempre garantia de divertimento. Tem vários livros publicados no Brasil, acho que o ultimo que saiu foi A Outra, em que a mocinha duela com a sogra pelas atenções do amado, legal tbém...

Regina disse...

Tem uma peça em SP, se não me engano o nome é "Os Homens são de Marte. E é para lá que eu Vou". Sempre ouço a propaganda na rádio Alpha e uma das falas é:

- Os óvulos tem prazo de validade. Eles não ficam sarados e perfeitos até os cinquenta anos...

Acho que essa é uma das preocupações universais das mulheres de hoje, mais focadas na carreira e na liberdade e somente depois na maternidade.

Gostei da dica e de seu comentário.

bjs

Regina

Driza disse...

Oi Aline,

esse livro é a minha cara. Primeiro porque adoro o gênero e, segundo porque já sou mãe e tenho tanta história pra contar... menina, como nossa vida vira dos avessos... assim, tb gosto desse tema.

bjs

Driza

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