O amor chegou - Marisa de Los Santos


Quando Martin Grace atravessou a porta de uma cafeteria na Filadélfia, ele não fazia idéia de que mudaria para sempre a vida de Cornélia Brown. Charmoso, elegante e cópia fiel de Cary Grant, o bonitão deixa a gerente do Café Dora com a cabeça nas nuvens, na certeza de que encontrou o homem de sua vida. Mas ela acaba descobrindo que a chegada de Martin representará uma transformação ainda maior...
Do outro lado da cidade, a pequena Clare Hobbes está diante de um grande desafio: a mãe, vítima de sérios problemas psicológicos, resolve sair de casa e deixar a filha sozinha. Agora, a menina de 11 anos tem de sobreviver por conta própria. A partir da história de órfãos que lera nos livros (A princesinha, O jardim secreto e Harry Potter). Clare toma coragem e decide ir em busca do pai. E, ao que parece, ele anda frequentando o café em que Cornélia trabalha. È o início de uma amizade sincera e profunda, na qual Clare e Cornélia descobrem que o real sentido da vida é encontrar as pessoas que amamos.
Dona de um estilo claro e marcante, Marisa de Los Santos é capaz de iluminar as perdas e ganhos de nossas vidas. O amor chegou é o resultado perfeito de uma escrita inteligente e saborosa e marca a estréia de uma escritora capaz de mostrar que o amor, embora imprevisível, sempre pode bater à nossa porta.

Na boa, eu economizei cada partezinha dessa história. Não queria que acabasse. Sabe, a impressão que tenho é que o livro quis ser assim, espirituoso. A autora, Marisa de Los Santos (merecida menção), aceitou e ajudou-o a ser esse livro simples, humano e belo que é. Perdoem a empolgação, mas, esse livro me pegou de jeito. Não porque seu enredo se sustente em reviravoltas, em circunstâncias mirabolantes e coisa e tal. Nada disso. Deixei-me tomar pelo encanto já nas primeiras linhas quando, inconscientemente, percebi que o amor seria, conforme aludido no título, o protagonista da história. O amor chegou. E quando o amor chega, não adianta se enganar, a gente sabe. Porque se atentarmos para os seus sinais, perceberemos a ressonância do amor naquilo que expressamos por quem amamos, sejam eles o homem de nossas vidas, nossos pais, nossos irmãos, nossos filhos ou nossos amigos. O amor está por perto e a gente sabe.

Os capítulos se alternam de forma individualizada para contar a história de Cornélia e Clare. E no meio do caminho, as narrativas das duas se entrecruzam. Mesmo assim a cada uma é dado o direito ao seu capítulo individual. Um capítulo para Cornélia, narradora em primeira pessoa. O outro para Clare, sempre apresentada por um narrador que a observa. E, assim, sucessivamente. O encontro das duas é lindo por que tem todo um pano de fundo significativo de amores e dissabores. E a partir de então, elas vivem uma história de amor. Isso é que torna o romance diferente, além do fato, de que carrega cada palavra com as tintas da leveza, de modo que as tragédias não provocam aquele pesar carregado de tristeza.

Não dá para contar muito da história. Acredito que seja melhor deixá-la ir-se descortinando diante dos olhos do leitor. A mim, pareceu-me que os personagens tinham vida própria de tão próxima que me encontrava da realidade ali descrita.

Parece que a autora personificou no romance muitas das pessoas que amo. Amei Cornélia. Ela é muita divertida. Tal como eu, gosta de uma porção de vida inventada; é uma graça a maneira com que ela busca a correlação de suas experiências com alguma cena dos grandes clássicos do cinema antigo. Os diálogos que ela trava são sempre pitorescos e peculiares. Cornélia é alguém que eu queria conhecer, é alguém que eu conheço. Tem um pouco da Cornélia em mim. E a Clare é uma gracinha! Tão novinha e, no entanto, um compêndio ambulante de referências literárias dos clássicos da literatura universal. Mas, uma vez me reconheci também em Clare por essa associação constante dos fatos da vida com o universo dos livros. Quis vesti-la com aqueles moletons com capuz, bem agasalhadinha para não apanhar resfriado como me advertia minha mãe e chamá-la de filha. Viram? Eu me apeguei!

Ah e tem o Teo. Mas, o Teo...Ah, é uma coisa hiperbolicamente divina. Sem comentários!

Mas, é isso. Gostar ou não de um livro vai muito de nossas preferências, da história que trazemos e que formam nossos modelos mentais. Por isso, não posso asseverar, com certeza, que todos irão gostar da história. Até já ouvi comentários ruins sobre a autora e arrisquei. Porém, o recomendo para todos aqueles que apreciam um livro sincero, que tenham um bom par de sapatos (empatia é fundamental!), e que compreendam a expressão “Só o amor importa”.

11 comentários:

Vivi disse...

Um coment só para o bichinho verde dar vazão à sua inveja:
Driza, você tá lendo Judith? Ai, meus sais, mal posso esperar para conferir sua opinião!!!!!

Ai, que eu só me coço!

Beijos
Vivi

Regina disse...

Vivi,

Adorei seu comentário!!! Fiquei curiosa pela história e para saber quem é esse divino Teo...

Vou colocar esse livro na minha lista de desejos.

bjs
Regina

Jeanne Rodrigues disse...

Vivi,

Adorei seu comentário, sempre tão bem escrito...
Tbm quero conhecer o Teo!!!risos...
Dica anotada.

Bjos,

Diana Bitten disse...

Eu tb adorei seu comentário, passou direitinho a sensação gostosa que vc deve ter tido durante a leitura.

Lerei com certeza!!!!

lili disse...

Vivi, estava esperando seu comentário apra comprar o livro :)
Está na lista urgente de compras rsrsrs

Lindo comentário! Parabéns!!
Bjs
Lili

Talita disse...

caramba depois do que você escreveu não vejo a hora de ler esse livro, parece que ele é muitoo bom!
a história parece ser linda, e qando você falou que estava economizando cada partezinha da história, ahhh ai que me deu vontade de ler o livro mesmo, porque eu adoro aqueles livros que você quer saber o que vai acontecer mas não quer acabar com ele.

adorei. ;*

Lori disse...

Pessoal vim agradecer a tantos livros indicados e comentários bem estruturados que vcs publicamaqui....e lhes dar os meus Parabéns pelo blog que é mara.....queria avisar que deixei um selo pra vcs no meu blog...passem la e deem uma olhadela....bjus de sua leitora assidua...Elis

Driza disse...

Oi Vivi,
Me deu uma tremenda vontade de ler esse livro, acho que tb me identificaria com as personagens.

Ah!! Estou terminando Todo Ar que Respiras. Logo teremos post. Obrigada pela referência, espero estar a altura.
bjs

Driza

Cris disse...

Vivi,
deixei um comentário no post da Lili.
Fiquei maravilhada com o livro.
Este exemplar me fez rir e chorar com a Cornélia e com a Clare.
Agradeço a indicação!!!
bjs

Vivi disse...

Cris, amore, legal de sua parte endossar a minha opinião e a da Lili. Fico feliz que tenha gostado. Obrigada, amiga!

Beijos
Vivi

lili disse...

Cris que bom que vc gostou querida.
Puxa, eu indiquei para uma amiga e ela não gostou rsrs

Para mim O Amor Chegou está sendo até agora o melhor livro que li esse ano. Ah, tb tem A Arte Perdida de Guardar Segredos de Eva Rice. Mas já vou te dizendo que tenho amigas que tb não gostaram rsrs Faz parte...enfim.
bjssss

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