Marido e Mulher é a sequência bem sucedida do também ótimo Pai e Filho. No primeiro livro, Harry tem uma vida pessoal e profissional afortunada. Uma bela mulher, um filho maravilhoso e um emprego rentável. Tudo muda quando Harry tem uma noitada de sexo casual com uma ruiva sexy que ele conhece em seu trabalho. A conseqüência do ato é o esfacelamento de seu aparentemente sólido casamento. A partir de então, principalmente, com a aproximação da convivência com Pat, seu filho, Harry aprende o significado da vida e do amor.
Em Marido e Mulher, Parsons retoma, com generosas pinceladas de humor e de passagens comoventes, as aventuras em família de Harry. Nessa sequência, Harry continua a lidar com as demandas nem sempre fáceis da vida de casado. Agora se inclui em sua vida a esposa, Cyd (seu novo casamento) e sua enteada Peggy. Novamente, a tentação (seu nome, dessa vez, é Kazumi) se interpõe no caminho do casamento de Harry. Harry cairá na tentação outra vez? Ou preferirá seguir o exemplo feliz de seus pais, isto é, encontrar motivos para se apaixonar todos os dias pela pessoa com a qual decidiu compartilhar os melhores e os piores momentos da vida?
O livro é ótimo e deixa uma sensação de bem-estar ao virar de cada página. Aquele tipo de sensação feliz por reconhecer o valor que Harry, mesmo errando e querendo muito acertar, confere à família. O autor revela com acuidade uma contextura familiar muito comum hoje em dia: a da família mesclada, isto é, uma espécie de família com tudo dentro : pais, mães, filhos, enteados, padrastos, madrastas, cachorro, gato, papagaio, e etc...
Ao término da leitura, o que fica é o sentido de que nossas escolhas definem o que somos. A vida humana caminha por intermédio de tomadas de decisão que nos fazem avançar ou regredir. Nossas escolhas indicam a maneira como queremos observar nossa realidade mais adiante. Viver é ter de recorrer sempre a uma visão de longo alcance. Mirar sempre no 100%, seja no amor, na alegria e na dor.
Os dois livros da série escrita por Tony Parsons remetem a tais reflexões. Não que encerrem proposições filosóficas densas. Nada disso. O livro trata do cotidiano. Tece fatos originários da mais pura matéria-prima humana. Numa época em que as ilhas das livrarias são invadidas por livros que prometem a revelação de segredos panaicéicos e milagreiros, Marido e Mulher, aponta, com desprendimento, que para ser feliz não existem segredos. Basta viver e ter bom ânimo.
De leitura agradável e bem humorada, o livro me manteve atenta a cada linha, a cada ação deflagrada. Uma boa recomendação de leitura.
4 comentários:
Vivi,
Dica devidamente anotada.
O que me surpreendeu foi ter como personagem principal um homem.
Bjos,
Oi Vivi,
ainda não conheço esse autor, mas com suas palavras, me bateu a curiosidade. Acho que tenho que reservar um tempinho para ele.
bjs
Oi, Driza e Jê
O livro é meio que uma versão masculina do chick-lit. Só que com um humor menos rasgado. Mas, não deixa de nos passar situações hilariantes.
E o fato da voz principal ser masculina é realmente diferente. E se aproxima bastante da fala feminina a que estamos acostumadas a ler nos romance, isto é, aquela fala que emite a necessidade de viver um romance e se sentir amada é recorrente em Harry. Talvez, ele seja o último romântico dos litorais desse oceano atlântico...rs
Beijos
Vivi
Vivi,
Preciso realmente ler esse livro, estou total e completamente curiosa por esse Harry.
bjs
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