La Bodega de Noah Gordon



O livro conta a trajetória dos fracassos e dos sucessos de Josep, camponês e vinicultor que, instado pela mais ferrenha perseverança, dispõem-se em um árduo trabalho para tornar próspera a vinícola (quase falida) da família.


Gordon, segundo suas próprias palavras, expressa nessa obra o seu amor pela Espanha. Isso fica evidente por seu acurado trabalho. È indiscutível. Noah Gordon é um mestre na narrativa histórica. Para além disso, o autor é exímio na forma de narrar histórias comoventes. Em seus livros, existem sempre aquelas passagens que, de tão reconhecidamente humanas, deixam o leitor com um nó na garganta.


A história é contada com palavras simples e vitais com o propósito de entreter e, ao mesmo tempo, fazer com que tomemos por nossos os sentimentos do protagonista. A medida em que me deixava absorver pela descrição do belíssimo cenário da aldeia de Santa Eulália, onde residia Josep, me sentia transportada para um universo totalmente desconhecido para mim: a cultura de vinhos.


Nada sei sobre o assunto uma vez que nasci abstêmia (Se é que essa seja uma justificativa válida). Impossível, porém, não perceber que o tratamento dado aos personagens e à trama assemelha-se ao processo de produção de vinho. A vida é vindima. È colheita. É conquista. Os homens são como vinho: quanto mais maduro, melhor é a sua essência.

E ainda encontrei outra comparação vinhácea, tal como, amar é como vinho, quando consumido leva à embriaguez dos sentidos. Tal qual a observância do tempo para colher bons frutos, a relação entre Josep e Marimar segue uma determinação temporal para manter a saúde orgânica do amor. Então, não espere paixões intempestivas. Da parte deles, o que se vê é nascer um amor prudente.

A metáfora do vinho permanece presente em toda a trama e, para mim, é onde está a genialidade da escrita de Gordon.


Se tivesse que recorrer a uma expressão para definir La Bodega, eu escolheria: superação pessoal. A determinação de Josep em prosseguir acertando mesmo diante da falta de crédito dos que lhe cercavam é admirável.


Mérito do autor que, dispensando o didatismo e os moralismos inautênticos, transforma o relato da vida de Josep em uma lição exemplar.


Por detrás do panorama histórico da Espanha do século XIX, tem-se uma bela história de amor e uma boa dose de intriga.


Recomendo sem hesitar.

5 comentários:

Driza disse...

Oi Vivi,
Já teve a oportunidade de ler O Físico, de Noah Gordon?
Sensacional! Não existe outra palavra.
E pelo jeito La Bodega não fica atrás!! Obrigada pela dica.

bjs

Vivi disse...

Driza, não li. Mas, anotei a sugestão. Obrigada! O último judeu é muiiito bom.

Bjs

Regina disse...

Adorei seu comentário. Nunca li nada desse autor. Mas me deu água na boca...

bjs

Jeanne Rodrigues disse...

Vivi,

Nada sei desse autor, mas anotei a dica.

Bjossss

mariana disse...

Olá Vivi,
A capa desse livro sempre me atraiu muito, mas nunca a sinopse!
Depois de ler seu post, confesso que fique muito interessada!
É, essa comparação do vinho com as pessoas é bem interessante!
Somos como os vinhos, sim somos...Até eu que aprecio o sabor de um vinho mais jovem, sim, um vinho leve e suave, suave como uma brisa de verão, não posso negar, que os vinhos mais velhos, são fortes, profundos, marcantes, intensos...O tempo, ah, o tempo...

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