A MAÇÃ ENVENENADA de Michel Laub


 
 
Em 1993, o grupo norte-americano Nirvana fez uma única e célebre apresentação no estádio do Morumbi, em São Paulo. Um estudante de dezoito anos, guitarrista de uma banda de rock e cumprindo o serviço militar em Porto Alegre, precisa decidir se foge do quartel - o que o levaria à prisão - para assistir ao show ao lado da primeira namorada.

A escolha ganha ressonâncias inesperadas à luz de fatos das décadas seguintes. Um deles é o suicídio de Kurt Cobain, líder do Nirvana, que chocou o mundo em 1994. Outro é o genocídio de Ruanda, iniciado quase ao mesmo tempo e aqui visto sob o ponto de vista de uma garota, Immaculée Ilibagiza, que escapou da morte ao passar 90 dias escondida num banheiro com outras sete mulheres.

Focado nos anos 1990, A maçã envenenada é o segundo volume da trilogia sobre os efeitos individuais de catástrofes históricas iniciada com Diário da queda, cuja ação central se dá nos anos 1980. Como no volume anterior, Michel Laub aborda o tema da sobrevivência usando os recursos da ficção, do ensaio e da narrativa memorialística, numa linguagem que alterna secura e lirismo, ironia e emoção no limite do confessional.

No delicado entrelaçamento de seus temas, que evocam as particularidades de universos tão opostos quanto o mundo da música e um quartel, este é um livro sobre paixão: por uma pessoa, por um ídolo, por uma ideia, por uma época. E também pela vida, embora esta sempre cobre um preço de quem escolhe - quando se trata de uma escolha - experimentá-la com intensidade.

A Maçã Envenenada é o segundo livro da trilogia começado por Diário da Queda (que trata dos flagelos históricos e suas repercussões individuais). Não li o primeiro, mas, este livro dá pra ler independente do outro.
 

 
Não tenho muito costume de ler livros de autores nacionais, e este me chamou atenção pelo título (doce ironia). Trata-se de um livro de memórias de um estudante de 18 anos, que gira em torno do suicídio de Kurt Cobain, genocídio em Ruanda, entre outros acontecimentos da década de 90.
Destaco a narrativa das obrigações com o serviço militar, em que sempre tive esta curiosidade como se delineia esta fase para os nossos rapazes.
 
A Maçã Envenenada é um livro muito interessante, pois, através da visão de um jovem estudante foi possível reviver as minhas lembranças da década de 90, e descobri que tenho muitas.
 Convido a você a ler um trecho do livro: //michellaub.wordpress.com/a-maca-envenenada-trecho/
 



Michel Laub - Nasceu em Porto Alegre, em 1973. Escritor e jornalista, publicou cinco romances, ganhou os prêmios Bienal de Brasília e Bravo/Prime, foi finalista dos prêmios São Paulo de Literatura, Portugal Telecom e Zaffari/Bourbon e será adaptado para o cinema. É um dos integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa Granta. Diário da queda teve os direitos vendidos para onze países.
 
 
 
 

2 comentários:

Regina disse...

Fiquei super curiosa pelo livro, principalmente por ter assistido essa apresentação do Nirvana! Nesse ano (93) o Hollywood Rock foi fantástico, pois além do Nirvana, teve Alice in Chains e L7. Um dos melhores shows que assisti!

Mas, falando do livro, fiquei curiosa por saber o que tem a ver o show com o massacre em Ruanda...

bjs

Adriana disse...

Oi Paty! Surpreendente!
Adorei a resenha, e a conexão aparentemente improvável entre uma banda de rock, um jovem brasileiro e o massacre de Ruanda.

Vai direto para a lista.

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