Desafio Literário - Abril - A Sombra do Vento


Carlos Ruiz Záfon já foi uma boa surpresa para mim quando li “O Jogo do Anjo”. Não tenho boas lembranças das minhas tentativas de ler literatura latino americana. Talvez eu estivesse em momentos errados e não tivesse maturidade literária suficiente para ler clássicos como Gabriel Garcia Márquez e outros. Mas no ano passado, tive a boa surpresa de ler Záfon e gostar realmente de sua forma de escrever. Por isto escolhi de imediato “A Sombra do Vento” quando pensei em no Desafio Literário Abril.

Ele escreve sempre de forma grandiosa. É sempre um épico, um clássico, totalmente envolvente e sem nos deixar piscar durante a leitura. A Sombra do Vento não é diferente.

O cenário de A Sombra do Vento é Barcelona no período pós-guerra, período franquista e trevoso logo após o fim da segunda guerra mundial. Záfon consegue sempre trazer a História (com H maiúsculo mesmo) para a sua história. De certa forma, esta situação histórica constrói os sentimentos e anseios dos seus personagens.

Daniel Sempere é o personagem principal desta história e foi aí que tive uma bela supresa pois lembrava da livraria Sempere e Filhos e do Cemitério dos Livros Esquecidos (da obra O Jogo do Anjo). Tudo começa quando seu pai, para não vê-lo mais triste por não lembrar mais da mãe, o leva ao Cemitério dos Livros Esquecidos. Este é um lugar que imagino como um paraíso. Uma biblioteca secreta, no coração de Barcelona, onde livros que foram abandonados estão à espera de quem os adote. Lá ele encontra “A Sombra do Vento” de um escritor de Barcelona chamado Julián Carax.

Daniel acaba fascinado pelo livro e busca descobrir outras obras do autor e descobre que ele tem uma vasta obra, mas que alguém está queimando todos os livros que este autor já escreveu. Enquanto o garoto cresce a história se desenvolve e Daniel percebe que a obra de Carax está relacionada com a história de amor entre o próprio autor e a filha de uma família da alta sociedade.

Daniel aparece de forma tangencial em O Jogo do Anjo, uma vez que sua mãe (que na obra a Sombra do Vento já está morta) participa mais efetivamente e interage com David (personagem principal de O Jogo do Anjo).

A vida de Daniel vai sendo contada de forma envolvente e ele vai despertando aos poucos para o amor (sim, há um romance na história, mas eu não vou contar... eh eh eh), enquanto sua vida parece estar entrelaçada com Julián e com os segredos que Barcelona esconde em suas praças, cafés e locais misteriosos. Mas principalmente com a história de “A Sombra do Vento”, livro que inicia toda esta jornada.

Fico me perguntando se depois desta obra, Záfon terá ainda outros livros esquecidos a serem encontrados e outros personagens misteriosos e intrigantes que estejam emaranhados uns com os outros e com os livros do Cemitério dos Livros Esquecidos.

Eu vi em uma crítica uma comparação da obra de Záfon com bonecas russas. E é isto mesmo. São histórias dentro de histórias em uma mistura de presente, passado e futuro.

Mas não pense nem espere finais (afinal são várias histórias) totalmente felizes e “para sempre”. Zafón sempre nos surpreende com as reviravoltas e com as transformações pessoas e morais que sofrem seus personagens.

Eu recomendo e muito. E recomendo que se leia, não importa a ordem, também ”O Jogo do Anjo”. Feliz que fui na escola do Desafio Literário de Abril!!!!!!!!!!

Só uma frase do livro antes de encerrar: Os livros são espelhos: só se vê neles o que a pessoa tem dentro – replicou Julián.”

Até a próxima...

12 comentários:

Anônimo disse...

Olá Medéia adorei o post!!
Li este livro no ano passado e fiquei fascinada com estória.
Zafón foi muito feliz nos detalhes, entrigas em suma foi um livro que adorei.
Li também o Jogo do Anjo, mas A Sombra do Vento pra mim foi o melhor.
Beijos
0:-) Angélica

Anônimo disse...

Ops!!Descuple pelo erro "intrigas"...

Erika disse...

Eu amei esse livro, nunca tinha ouvido falar do autor quando comprei, ainda me lembro do dia, estava num aeroporto e tinha acabado de saber que meu vôo ia atrasar, aí pensei, preciso de um livro para me fazer companhia, fui na livraria e encontrei uma vendedora extremamente empolgada, dessas que lêem bastante e adoram o seu trabalho, ela me indicou A Sombra do Vento, convecida, comprei e não me arrependi. No início, estava achando a narrativa muito parada, mas logo depois vem uma enxurrada de acontecimentos fantásticos que me fisgaram até o fim. O desfecho me surpreendeu. Indico muito este livro!

Medéia (Carlena) disse...

Realmente, meninas
O livro é fascinante e tem um final surpreendente e é imperdível!!!!!
Quem ainda não leu, vale muito a pena ler...

Unknown disse...

Para mim foi o melhor livro que já li, justamente por falar da paixão pela leitura e pelos livros.
Eu gostaria de entrar no Cemitério dos Livros Esquecidos e escolher um livro.

aurelia disse...

Simplesmente amei esse livro.É dequelas histórias que ficam com a gente.Gostei tanto que dei um exemplar de presente para minha filha e outro para uma amiga, foi susesso.
Bjs.

Dani disse...

Esse livro é mágico. Minha cópia está toda sublinhada e tem lugar de honra na prateleira de preferidos.

Carol Rodrigues disse...

Bela resenha! Eu acho esse livro fantastico, falei dele no meu blog tbm, se quiser dar uma olhada: http://expressopradois.blogspot.com/2010/03/sombra-do-vento-carlos-ruiz-zafon.html

Jééh disse...

eu posso dizer com toda certeza que Ruiz Záfon é o meu escritor predileto no momento, li os livros ainda no ano passado e pronto, amor a premeira linha...'A Sombra do Vento' é lindo mas a minha preferência ainda é 'O Jogo do Anjo', Ruiz Záfon nos prende do príncipio ao fim em cada um dos seus livros, é mágico *--*

Anônimo disse...

Mas se o autor é espanhol, creio que a leitura não vale como literatura "latino-americana", certo?

Nuno Chaves disse...

É de Facto um livro maravilhoso, que vale a pena ser luido e relido e com certeza recomendado. parabens pelo blog e pelo post... um pequeno reparo, Zafón não é um escritor latino americano, mas sim europeu. parabens uma vez mais.

pré-vest nerd disse...

Muito bem. tenho fortes críticas a respeito desse livro que precisam ser consideradas.

Primeiro: meu DEUS!!!!!!!!!!!! que história macabra!!!! eu saia traumatizada do quarto toda vez que lia esse livro. é uma história de pessoas ruins que fazem coisas ruins para pessoas fracas que se tornam pessoas ruins ou morrem (aqui, me refiro à história de Júlian). É horrível! Pobre Julián, aconteceram coisas terríveis durante a vida dele, ele foi pisoteado de todos os lados, até perder a esperança na vida e dedicar a vida a se matar. é muito triste! como alguém pode ficar tão desacreditado na vida a esse ponto?!
segundo: núria. que mulher triste! tudo na sua vida é um sofrimento, tudo é motivo de dor! ela, assim como todos os personagens dessa História (com H), vive no passado e não consegue enxergar um futuro.

A História melhora um pouco no final, pois Julián recupera um pouquinho de amor a vida, mas, mesmo assim. Ele foi um homem fraco a vida inteira, que nunca conseguiu suportar as provas que Deus lhe fez passar, e não aprendeu NADA com sua vida. NADA! Nenhuma lição que o fizesse crescer como pessoa, NADA! Foi uma vida perdida. Isso me cortou o coração, não aguentava ler tanto sofrimento junto! Era massante!

Como se nao bastasse, vamos falar das pessoas ruins do livro: 1-ricardo aldaya. gente, que pai cruel! Será que ele não sabe que gravidês entre parentes é de risco?! Será que ele não ouviu os gritos da filha?! Será que ele não se preocupou com a saniedade mental da pobrezinha por ficar nove meses trancafiada num quarto?!!! E isso tudo porque estava com vergonhinha de contar as pessoas o que tinha acontecido?! Não consigo acreditar até agora! Que pai horrível! Que pai cruel! E ainda põe a culpa de seu posterior sofrimento nos outros e manda o próprio filho matar essas pessoas! Como pode existir alguém tão ruim??????! 2- não vou nem comentar sobre javier,ele é terrível demais. Isso qualquer um pode descobrir lendo. me da pânico só de lembrar!

obrigada por ouvir meu desabafo. não aguentava mais levar esse trauma todo dentro de mim. o pior é que o livro seria muito bom (o escritor escreve muito bem, nos deixa empolgados, poetiza as coisas, nos emociona...)se não fosse tão cruel...

bem é isso. muito obrigada novamente. bjs

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