TWILIGHT FALL de Lynn Viehl

O imortal Darkyn lord Valentin Jaus perdeu uma mulher depois de acidentalmente infectá-la com seu sangue de vampiro. Consumido pela culpa, ele teme que somente conseguirá provocar mais dor se alguém ousar amá-lo.
A paisagista Liling Harper toca a vida dos enfermos com sua entrega diária de flores frescas e uma aura que alivia as dores deles. Mas suas boas ações a deixa vulnerável para uma insidiosa organização que está louca para tê-la de volta.
Unidos pelo destino, ligados pela paixão, Valentin e Liling encontram conforto nos braços um do outro. Mas os laços que os unem são mais profundos – e mais perigosos – do que cada um deles possa imaginar.

Sexto livro da série Darkyn. Para variar trata-se de vampiros, uma de minhas grandes paixões. Mas Lynn Viehl foge dos padrões, pois mistura história, personagens famosos e muito suspense e ação para ilustrar essa série.

Para começar, os vampiros não gostam de ser chamados de vampiros. São vrykolakas. Eles eram Cavalheiros Templários, que no século XIII foram perseguidos pela igreja. Voltando da Terra Santa, eles morreram e voltaram a vida depois de estarem enterrados por três dias. Ao despertar, viram-se transformados em seres sedentos de sangue e, assim, transformaram suas famílias. É por esse motivo que começaram as perseguições religiosas à ordem. Mas, depois de algum tempo, nenhum humano mais pode ser transformado, pois o sangue deles tornou-se venenoso. Eles eram nobres, soldados, servos e mantiveram essa hierarquia até hoje. Vivem em grupos e tem um Suzerano, que responde a um Senhor e assim vai. Eles chamam cada agrupamento de Jardin e o mais interessante é que cada vrykolakas exala o cheiro de uma flor para atrair os humanos e poderem se alimentar. Além disso, eles possuem diferentes dons – como poder obrigar a pessoa a falar a verdade, apenas tocando-a, dom de Valentim.

Lembro que quando li o primeiro livro – If Angels Burn – demorei para compreender esse mundo e não gostei muito do livro. Mas conforme fui me aprofundando e lendo os outros, vi a maestria de Lynn na construção desse universo. Os personagens lendários, como Robin Hood, são mostrados como Darkyn (inclusive ele será o protagonista do próximo livro Stay the Night). É um novo modo de ver a Idade Média e a perseguição aos hereges, pois os inimigos dos Darkyn são uma organização religiosa (ou pelo menos dirigida por cardeais e bispos e padres) conhecida como Les Frères de la Lumière, ou Brethen. Essa organização existe fora do radar do Vaticano e pratica as piores formas de tortura. Conforme vamos acompanhando o desenrolar da série, vamos vendo mais e mais depravação e maldade por parte dos Irmãos.

O casal protagonista da série é Alexandra Keller e Michael Cyprien. Eles participam de todos os livros. Cyprien é o Seigneur da América. O chefe supremo de todos os Darkyn nos EUA. Alexandra é uma médica, a primeira humana em 500 anos a sobreviver à transformação. Ela estuda uma forma de reverter tal fato, e descobriu que a condição dos vrykolakas é uma doença causada por um vírus e vem buscando uma cura. Alex foi um dos motivos de não ter gostado muito do primeiro livro (que por sinal, está merecendo uma releitura e nova análise), mas depois fui me acostumando com seu jeito teimoso e decidido e acabei gostando dela. Além deles, John, irmão de Alex, um ex-padre que perdeu a fé e a carreira e descobriu a sordidez da Irmandade e vem buscando provas para denunciá-los, é um dos personagens principais.

Em Twilight Fall, temos Valentin Jaus, um nobre austríaco que perdeu seu grande amor para outro Darkyn. Tal fato aconteceu no segundo livro – Private Demon – e me emocionou muito. Ele é o chefe Darkyn de Chicago e também um homem amargurado e triste. Durante um duelo ele teve seu braço amputado e depois foi operado por Alex, mas ficou aleijado. Agora ele acha que perdeu tudo – seu amor, sua vitalidade. Ele é dono de uma exclusiva casa de repouso, onde trabalha a paisagista Liling.

Liling é uma chinesa que adora trabalhar com flores e terra. Ela tem fantasias com Valentin e vive sonhando acordada. Mas ela também tem um grande segredo. E quando um fotógrafo tira uma foto dela trabalhando no jardim e a publica no jornal, ela sabe que tem de fugir antes de seu passado a pegar.

É aqui que entra o destino, pois como Jaus está de partida para Atlanta, onde vai encontrar-se com Robin of Locksley, ele oferece a Liling para levá-la em seu avião particular. Liling aceita, sem saber que as pessoas que a querem morta já estão em ação. E essas pessoas são os padres da Irmandade.

Enquanto lutam para sobreviver e escapar da perseguição, Liling e Valentin se envolvem. E eles são perfeitos um para o outro! É bonito ver como um ajuda o outro a se reencontrar, a reaprender a amar. Como diz na capa do livro “até mesmo as almas perdidas podem encontrar o amor”. E é isso que vemos nessa história.

Mas, além do amor entre Liling e Valentin, temos as novas descobertas sobre o funcionamento dos Brethen e como eles não tem o menor escrúpulo na luta mortal que travam contra os Darkyn.