UMA OBSESSÃO INDECENTE de Colleen McCullough


A enfermaria para doentes mentais de um hospital militar numa ilha tropical do Indo-Pacífico, no fim da Segunda guerra Mundial, é o cenário do romance de Colleen McCullough. A enfermaria X é um mundo isolado para os pacientes que restaram e para a sua enfermeira, Honour Langtry. Não é isolada apenas fisicamente; o tipo de enfermidades que abriga deixa-a separada do resto do hospital, pois é a enfermaria dos que sofrem de “loucura dos trópicos” e os seus internados são soldados que “desmoronam” sob as tensões da guerra no jângal.

Honour Langtry cuida com carinho dos cinco homens que estão agora a seu cargo – o líder da enfermaria Neil Parkinson, o cego Matt Sawyer, o doentio Nugget Jones, o sádico e amoral Luce Daggett e o totalmente alienado Benedict Maynard. Cada um é muito diferente dos outros nos antecedentes, no temperamento e n antureza dos seus problemas, mas todos estão ligados entre si pela rotina dos seus dias e – acima de tudo – pela deovção, partilhada e possessiva, à sua enfermeira. A última coisa que ela e eles esperam e desejam, perante o hospital estar na iminência de ser fechado, é uma nova admissão.

Por isso, logo que o sargento Michael Wilson se apresenta, na enfermaria, passa a ser uma presença pertubardora, não só por transtornar o delicado equilíbrio da enfermeira, mas também por ser visivelmente intacto, correto e muito seguro de si. O que é que Michael Wilson está fazendo aqui? Por que é considerado paciente?

Os boletins que ele traz referem uma violenta crise de que precisa rapidamente recuperar-se, mas é difícil, à enfermeira, conciliar essa opinião com o homem que vê e começa a conhecer – embora sem o compreender. Depois de uma apresentação difícil, os outros parecem aceitá-lo e Michael se revela, até, um útil e agradável complemento. Desaparece, assim, a inquietação inicial e tudo parece ir bem.

Entretanto Honour Langtry, tão delicada e profissional e tão carinhosa, mas também objetiva, não vê – nem pode ver – as consequências do despertar do seu interesse por Michael Wilson. E ele, sem tal desejar, passa a ser catalisador de ciúme, violência, intriga, conspiração, amor – e de tragédia.


A história deste livro é bem diferente, pois se passa em uma enfermaria, a enfermaria X, e tem como protagonista uma enfermeira jovem e cinco soldados com problemas “psiquiátricos” ocasionados pela guerra. Eles a tinham como uma deusa, uma fonte de atenção inesgotável, a enfermeira Honour Langtry era o centro da pobre vida deles. Todos os cinco tinham os seu problemas, os seus segredos, mas, com a convivência forçada estabeleceu-se uma relação “quase amistosa” entre eles, intercalada com os ataques do terrível Luce Daggett, mas que se equilibrava com a docilidade de Neil, por quem a enfermeira nutria planos para um futuro, após saírem da enfermaria.

Porém, a chegada de Michael Wilson, mudou a ordem estabelecida, ele tornou-se a razão de viver da enfermeira Langtry, tranformando a enfermaria X num caldeirão pronto a explodir. Pois, seus pacientes sentiram-se abandonados. A enfermeira Langtry passou da simples curiosidade em descobrir porque Michael foi para a enfermaria X, a obsessão pelo sargento, até tranformar esta obsessão em indecente.

Claro, que o resultado de cinco pacientes com problemas de ordem psiquiátrica, frustrados, magoados, revoltados, seria uma tragédia, e ela ocorre, e para mim, foi o que valeu a leitura cansativa e monótona deste livro.

5 comentários:

Vivi disse...

Adoro surpresas em livros. As ditas reviravoltas. Mas, com os adjetivos cansativo e monótono na balança, eu declino.

Beijos

Diana Bitten disse...

Pois é, comecei a ler a sinopse e meio que murchei na sua resenha. Monótona não é uma palavra que combine com boa leitura para mim...

*Silvia Alencar* disse...

Passei, espiei, vi e gostei...
Gostei muito e por isso fiquei...
Muito bom o blog de vocês...
Uma gracinha...

Jeanne Rodrigues disse...

Paty,

Desse então vou passar longe, não gosto de coisas monotonas.

Bjos,

http://andandoeuvi.blogspot.com/ disse...

Li esse livro na adolescência, gostei. Vejo como um diálogo interno a expressão daqueles pensamentos que temos e que não temos coragem de contar a ninguém. Porém reconheço tem que querer muito e estar muito sem o que fazer para lê-lo.

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