Esse livro conta o drama de Clara Rojas, sequestrada pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) com a amiga e candita a presidente Ingrid Betancourt. É um relato em primeira pessoa, comovente, que revela o pesadelo do cativeiro na selva colombiana, local mais improvável para que Clara tivesse o momento mais especial de sua vida: o nascimento do filho Emmanuel.
Tinha visto uma reportagem sobre esse livro na revista VEJA e me interessei! Foi uma leitura reveladora – não tanto quanto eu desejava – mas que mostrou bem o drama de quem é sequestrado pelos terroristas das FARC.
Clara era uma mulher bem sucedida profissionalmente, – advogada competente, trabalhava como coordenadora da campanha de Ingrid Betancourt para a presidência da Colômbia – de 38 anos e cosmopolita. Única filha numa família de quatro irmãos, sempre foi a protegida e a mais amada.
Tudo muda quando, juntamente com Ingrid, é sequestrada pelos guerrilheiros das Farc. São seis anos de privação, sofrimento, dor, doença, desavenças, marchas inclementes e medo atroz. A única coisa boa que encontrou foi a fé e seu filho Emmanuel, nascido nesse período.
Acho que Clara conseguiu passar bem o que sofreu. Quem espera julgamentos e recriminações e panfletagem político-ideológica, pode esquecer. É um relato pessoal do que ela enfrentou, de como enfrentou e de como está lutando para recuperar o tempo que perdeu.
Sinceramente, eu esperava um pouco mais de fervor da parte de Clara para lutar contra as Farcs e a ideologia ultrapassada e sem sentido que defendem. Mas creio que ela está pensando nas pessoas que ainda se encontram em poder dos terroristas e em como ajudá-las e, como ela mesma disse: “As maldições e bênçãos na vida são duas faces da mesma moeda e cada um escolhe como vê-la. Eu tenho certeza de que, se alguém nos fez mal, em vez de amaldiçoá-lo, temos de abençoá-lo. Se pretendo seguir adiante e voltar a ter uma vida plena, preciso perdoar, de coração, todos os que me causaram tanto mal.”
Nascida em 1963, em Bogotá, Clara Rojas, advogada de direito comercial, foi professora universitária e era diretora da campanha de Ingrid Betancourt pelo Partido Verde Oxigênio para presidente da Colômbia em 2002, antes de ser sequestrada pelas Farc. Vive hoje com o filho Emmanuel na capital colombiana.
Quem quiser ver o video do reencontro entre Clara e Emmanuel – separados quando ele trinha oito meses pode ir para www.euprisioneiradasfarc.com.br
10 comentários:
Deve ser um relato emocionante.
E, sabe, acho que Clara tem razão.
Por mais que seja difícil perdoar, mas já se perdeu tanto tempo com sofrimentos e dor, pra quê remoer mais?
Tudo bem, é uma coisa pra lá de louvável realmente perdoar verdadeiramente quem nos fez tanto mal e nos causou sofrimento e interrompeu nossas vidas.
É difícil mesmo.
Porém é bem melhor se desfazer das mágoas e viver o que tem para ser vivido.
Vixe! Me empolguei no comentário.
Beijo, meninas do chá.
Deve ser uma leitura proveitosa mesmo. Pois é, Rê, imagino que ler um relato como esse que trata de pessoas reais, é preciso desconsiderar todo o imaginário romântico, idealizado que temos dos prisioneiros, sobreviventes bem como dos guerrilheiros. Nenhum deles estão e estarão à perfeição do papel que a nossa imaginação forjou para eles. Achei até precoce a concepção do livro porque há ainda muitos fantasmas (do medo, da dor, da humilhação) com os quais lidar. Por outro lado, depois de uma experiência cuja tragédia não consigo dimensionar, existiria um momento adequado para expor tal vivência para o mundo?
Não sei o que pensar...
A propósito, o episódio da gravidez é abordado no livro?
Beijocas
nossa deve ser um relato emocionante[+1]
imagino tudo que ela dve ter vivido
essa parte da gravidez deve uma das partes mais delicadas da história né
no minimo deve ser considerado uma letura interessante ^^
oi, tem selinho pra vcs no meu blog!
bjinho!
Rê!
Você é realmente muito corajosa.
Esses livros que tratam de problemas reais, e, principalmente contemporâneos, que ainda, estão acontecendo me deixam muito angustiada, eu acabo me envolvendo tanto que não consigo separar o meu eu do que está acontecendo com aquela pessoa, porque nesse caso, não é um personagem.
Eu li aquela série Princesa, que trata das muçulmanas e fiquei muito deprimida, por isso fujo dessas histórias!
Mas pelo seu comentário o livro atinge o que se propõe. Ainda bem que eu tenho você para me contar o que acontece nesses livros!
Bj.
Regina,
Ótimo post!
Sou como a Adriana, evito ler livros sobre dramas reais e atuais... porque me deprimem... mas de vez em quando leio... é um mal necessário... temos que nos informar sobre o que acontece...
Estou lendo agora "A mulher foge" de David Grossman... o livro é sobre uma mulher divorciada, em Israel que tem um filho servindo na Guerra. O filho do próprio autor serviu na guerra e faleceu enquanto ele escrevia o livro... O livro é maravilhoso, embora seja muito triste.
Li somente o primeiro livro da série Princesas, que a Adriana citou... achei terrível também... mas perceba que a realidade apresentada no livro é bem suavizada... pois por serem da família dirigente e terem muitos recursos elas não passam pelas privações que as outras mulheres do povo têm que suportar...
beijinhos
A história dela deve ser impressionante!
Oi Rê,
parabéns pelo post. Eu não tinha interesse por esse livro. Não que eu não me importe com o que está acontecendo no mundo. Me importo sim, mas não é o meu tipo de leitura. Porém, com suas palavras, até fiquei curiosa sobre esse livro.
bjs
Driza
Rê,
O sofrimento que elas passaram e outros passam é bem atual.
Acompanhei, como toda nós, esse sequestro e vou ler mais pra frente.
Não gosto muito de biografias, mas por algumas me interesso.
Bjos,
Jê
Está bem dificil de encontrar este livro... Li o depoimento da Ingrid e gostaria muito de ler este, porque é uma outra versão, outra perspectiva. Mas não vou desistir...
Postar um comentário
Muito legal ter você aqui no nosso Chá das Cinco!
Quer deixar um recadinho, comentário, sugestão?
Faça valer a sua opinião! Seja educado(a). Gentileza aqui sempre tem vez. Portanto, mensagens ofensivas não serão publicadas.