"Volodya percebeu que, se convencesse Werner a abandonar aquela campanha estaria ajudando os nazistas a ocultarem seus crimes. Afastou esse pensamento desagradável.
– Mas, se você desistisse desse assunto, poderia manter o cargo com o general Dorn?
– Sim, é o que eles querem. Mas não vou permitir que abafem o assassinato de meu irmão. Eles podem até me mandar para o front, mas não vou me calar.
– O que acha que v ao fazer com você quando perceberem toda a sua determinação?
–Me jogar em algum campo.
– E de que isso vai adiantar?
– Não posso simplesmente baixar a cabeça.
Volodya tinha que fazer Werner voltar atrás, mas até agora não conseguira convencê-lo. O alemão tinha resposta para tudo. Era um rapaz inteligente, por isso se tornara um espião tão valioso.
– E os outros? – perguntou Volodya.
– Que outros?
– Deve haver milhares de outros adultos e crianças deficientes. Os nazistas vão matar todos eles?
– Provavelmente.
– Você não poderá detê-los se estiver num campo de prisioneiros.
Pela primeira vez, Werner não soube o que responder.
Volodya deu as costas para a água e correu os olhos pelo cemitério. Um rapaz de terno estava ajoelhado junto a uma pequena lápide. Será que o estava seguindo? Volodya observou com atenção. O corpo do rapaz se convulsionava com soluços. Parecia sincero: agentes de contrainteligência não eram bons atores.
– Olhe só para ele – disse Volodya a Werner.
– Por quê?
– Ele está chorando a morte de alguém. Igual a você.
– E daí?
– Observe.
Um minuto depois, o rapaz se levantou, enxugou o rosto com um lenço e se afastou.
– Agora ele está feliz – disse Volodya. – Prantear alguém é isso. Não adianta nada. Só faz você se sentir melhor.
– Você acha que só estou fazendo perguntas para me sentir melhor?
Volodya se virou para encará-lo.
– Não estou criticando você – falou – Quer descobrir a verdade, gritá-la aos quatro ventos. Mas pense de maneira lógica. A única maneira de pôr fim a isso é derrubando o regime. E a única maneira de isso acontecer é se os nazistas forem derrotados pelo Exército Vermelho."
Trecho da página 430 do livro Inverno do Mundo. Ken Follett










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Paty está lendo...








5 comentários:
Uau, adoro livros com esse mote!
Anotado na lista de urgencias!
Oi!
Conheci seu blog e adorei!
Estou te seguindo!
Fiquei curiosa para ler esse livro!
Beijos
Rizia-Livroterapias
livroterapias.blogspot.com.br
Estou lendo esse livro e fiz algumas marcações também [págs. 14, 431, 511 e 569, por enquanto].
Eu gosto também quando continuando nessa conversa ele diz "E quem mais poderia derrotar os alemães? Os britânicos estão acabados, tentando desesperadamente resistir a Luftwaffe. Os americanos não estão interessados em picuinhas europeias. Todas as outras nações apoiam os fascistas. - Ele pôs as mãos nos ombros de Werner. - O Exército Vermelho é sua única esperança, amigo. Se nós perdermos, os nazistas vão passar mais mil anos sangrentos assassinando crianças deficientes... sem falar nos judeus, comunistas e homossexuais.
-Que inferno! - exclamou Werner. - Você tem razão."
E não sei como você se sentiu, mas fiquei toda arrepiada quando na página 308 Chamberlain declarou que a Inglaterra está em guerra com a Alemanha.
Livro fantástico, né?
www.amorporclassico.com
Olá, Adriana!
Os livros do Ken Follet eu compro sem ler as sinopses... Sou super fã!
Assim que eu ler esse livro, deixo a minha opinião.
Bjs
Hmm,interessou-me!
beijos,
Cristina.
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